sábado, 8 de dezembro de 2012
A ampulheta
domingo, 2 de dezembro de 2012
Ambidestra
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Temor
"Você sabe onde ela está. Só não quer encontrá-la."
Eu parei.
"Sim. Eu sei."
Dei meia volta, para me afastar de você. O medo do que poderia vir me fez pensar que eu não sabia onde te encontrar.
Mas eu sabia.
sábado, 29 de setembro de 2012
Fim.
sábado, 22 de setembro de 2012
Lembranças ao vento
Hoje eu achei um fio de cabelo seu aqui. Parece bobo, eu sei, mas achei. Estava dentro d'um dos livros que você me emprestou, uma das pontas sobressaindo dentre as páginas. Achei que fosse meu, a princípio, mas quando puxei, o tamanho comprido me disse que não. Além de você, havia sido eu o único a tocar nele nos últimos tempos. Logo, o cabelo era seu. O pus entre meus dedos e brinquei com ele um pouco. Achava que não daria tanta atenção a algo assim a essa altura do campeonato, mas o sol a iluminar aquele fio refletiu na minha mente memórias que há tempos eu vinha sufocando. Testei o fio, puxando suas pontas, e vi que era resistente... Por que não fora então o quer que nos ligava? Deixei por fim o vento carregá-lo, sem remorso. Assim como você, já não era mais meu.
sábado, 15 de setembro de 2012
Presente Fora de Época
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Palavras Contidas
domingo, 5 de agosto de 2012
Algo bom
Quando o amor se distancia no tempo, você começa a pensar mais com o cérebro e menos com o coração. Você se torna mais racional, e percebe seus erros, palavras as quais deveria ter dado atenção, mas não soube dar. Percebo que você foi a calma onde em mim só havia ansiedade. A verdade onde eu só queria ilusão. Você foi a sensatez que diluiu minha paixão – porque sim, paixão é loucura – soltando as amarras que me prendiam à você. Eu estava preso, a sede por liberdade invisível fronte ao fogo da paixão. Naquele dia frio, você quebrou minhas correntes e me deu algo melhor: o caminho da sua casa. Agora eu posso estar com você quando eu quiser, não mais preso indefinidamente naquela jaula de sentimento insano. Agora eu não mais penso em você a cada segundo. Agora eu sou livre, e vou vivendo a liberdade que você me ensinou a viver, e não mais idolatro seu sorriso, seus gestos, seu jeito. Não. Apenas sei o quanto eles podem me fazer sorrir, e, ocasionalmente, eles passam por minha mente. Eu já sei o que eu sinto por você. Não amor, o qual desconheço. Não paixão, a qual não desejo. É algo ainda não nomeado, algo entre o bem querer e o desejo, fruto da amizade e dos caprichos do coração. Algo que eu aprecio sentir, pois já não mais me machuca, e sabe me fazer pensar com o cérebro enquanto uso o coração para suas devidas funções. Algo bom. Algo que quero compartilhar com você. Quando você quiser.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Nunca mais
Sim, eu me incomodo por você não estar aqui. Me incomodo por ter sido idiota, e só ter percebido agora. Me incomodo também, como se já não bastasse, por não ter feito você tão feliz quanto eu poderia ter feito.
Também me incomoda o fato de que já acabou, e eu não posso voltar no tempo; de que não sei se vou olhar de novo nos seus olhos e ver o mesmo brilho que já vi por estar comigo. Dói saber que eu não posso mudar nada disso.
Me incomoda que, quando eu penso em você, nem sempre isso me faz feliz. Me incomoda parar de ouvir músicas que eu gosto porque elas me lembram de você; e também sentar ao piano para tocar e lembrar de uma música que eu esqueci de tocar pra você, mas agora você nunca mais vai pedir. A verdade dói, mas a mentira mata.
Me incomoda a sensação de lágrimas nos olhos enquanto as palavras vão se formando na minha cabeça, e se misturando, fluidamente, com as imagens, e de repente eu estou ouvindo você dizer que me ama mais uma vez. E lembrando que nunca mais vou ouvir de novo.
domingo, 17 de junho de 2012
Felicidade
Felicidade é um prêmio, é um tesouro escondido na caverna do pirata, com ouro que embriaga no brilho incontido,e vicia, fazendo com que você esteja sempre atrás de mais. Felicidade é mais que um objetivo, é mais que uma conquista: é aquilo a que os homens, na cegueira de sua ingênua existência, buscam, guiados pelo olfato do destino. É um sorriso que diz mil palavras e um olhar que, sozinho, ergue montanhas.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Cobras, amigos, sentimentos, hábitos, humanos.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
A outra forma de ver
Uma garota da nossa sala, Marília, começou a conversar com Nataniel (o garoto) desde que ele chegou na sala. Andavam juntos para todos os cantos, ela o acompanhava onde quer que ele fosse e estavam sempre conversando. Formavam um casal bonito, e era bom ver os dois juntos; Marília nunca tivera muitos com quem conversar, só algumas poucas amigas. Tachavam-na de feia, boba, ridícula... mas não era nada disso. Marília era extremamente divertida e inteligente, e tinha um coração puro, livre de maldades e de qualquer frieza. Se deu bem com Nataniel de imediato.
Um dia, quando Nataniel já tinha feito alguns amigos, estes, conversando com ele, "alertaram-no":
- Rapaz, tome cuidado... essa Marília é feia que dói! - e riam.
Nataniel balaçou a cabeça em desaprovamento, o sorriso de todos os momentos no rosto.
- Vocês esquecem que eu não tenho olhos... E essa privação me faz ver de outra maneira. Diferente de vocês, enxergo com o coração, como todos deveriam enxergar; isso faz da minha cegueira não uma deficiência, e sim, uma virtude. Vejo as pessoas como elas são, e, se enxergassem como eu, veriam o quão bonita ela realmente é.
Aquilo me fez pensar. Sim, a maioria de nós vê com os olhos - mas não nos seria melhor, e mais vantojoso, ver com o coração? Talvez assim pudessem ser evitadas tantas futilidades do mundo humano, talvez assim pudessesmos ver todos como realmente são, e dar a cada um o valor que merecem. Talvez assim, não excluíssemos quem apenas por um detalhe é diferente de nós, e aí sim seríamos, pelo conceito que nós mesmos estabelecemos, humanos. Nataniel me ensinou algo que vou levar para a vida inteira naquele dia, e espero que muitos outros ainda possam aprender com ele - pois mesmo sem seus olhos, ele consegue ver muito além de pessoas que dizem enxergar perfeitamente.
terça-feira, 27 de março de 2012
Desigualdade
domingo, 11 de março de 2012
A Parede (The Wall)
Você está sentado sob um muro enorme, gigantesco. Você não sabe por que você está lá, nem porque o muro está lá, mas você sabe que é onde tem que ficar, pois antes de você só há trevas, e por trás da parede há algo misterioso, que você não pode ver, porque a parede é muito alta. Então, de repente, desenhos começam a aparecer nesta parede. Os desenhos fluem rapidamente entre os tijolos, e eles são bonitos, e você e as outras pessoas que então começam a aparecer ao seu lado estão surpresos em vê-lo. Você percebe as outras pessoas, e você fala com elas. Você começa a caminhar ao lado da parede, lado a lado com as pessoas, e você descobre que eles conhecem outras áreas da parede, com outras pinturas, desenhos e outros tijolos. Eles mostram suas áreas, e você mostra a eles a sua.
Quando você já andou um pouco após o início, uma de muitas outras pessoas aparece para você e sorrir, e essa pessoa é tão linda quanto os desenhos na parede; na verdade, essa pessoa começa a aparecer em alguns dos desenhos que estão mais perto de você. Você começa a sentir algo especial por essa pessoa, tanto que, às vezes você esquece de olhar para trás e ver o quanto as outras pessoas sentem o mesmo sobre você. Você chama essa pessoa de seu "amor".
Quando você passa por um quarto do caminho, você vê dois lances de escadas: um sobe, o outro desce. O primeiro é uma escada, alta e estreita, com tantos degraus que você não pode ver o fim, mas parece que há algum tipo de recompensa para cima. Este último parece pequena, com degraus baixos com muito espaço para colocar seu pé - o tipo de escada que você desce facilmente, mas está escuro lá em baixo... Você vê alguns de seus amigos irem por esse caminho, e você pensar em ir lá também, quando alguém coloca uma mão em seu ombro. É o seu amigo mais valioso. Ele diz que esse caminho não é bom, que você deve ir para a escada difícil, porque esse é o caminho certo. E então você vai para cima.
É um caminho tortuoso, os pequenos e altos degraus que empilham-se uns sobre os outros, e não poucas vezes, você pisa no lugar errado e cai, só para subir de volta o caminho todo acima. É difícil, mas, no final, você está lá. E é lindo. Luz em todo o lugar, tudo é mais claro e é muito espaço. A única coisa que não mudou é a parede: ainda é inimaginavelmente alta. Você começa a andar para a frente mais uma vez, e os amigos que tenho lá antes de cumprimentá-lo. Você olha para baixo por um momento, e você vê a escuridão abaixo, e, das profundezas do submundo que você decidiu não rastejar, você ouve gritos, e sinto muito por aqueles que trilhou o caminho ruim.
Agora você pode ver as pessoas construindo escadas na parede, tentando alcançar o topo, mas não há degraus suficientes, e eles nunca conseguem descobrir o que está no outro lado. Afora essas pessoas, há outros, que dizem que há beleza e felicidade por trás da parede, e que o outro lado é o nosso destino final, é o lugar para onde todo mundo está andando. Enquanto as pessoas da escada dizer que não existem provas disso, os outros dizem que você só tem que acreditar.
Então, você encontra uma vez mais o seu "amor". É essa mesma pessoa que você conheceu antes das escadas, e vocês começam a conversar.Você se sente compelido a dizer que você a ama, e você acaba dizendo. E então, seu coração quebra em um milhão de pedaços: ela não te ama de volta. A pessoa vai embora lentamente, e você acha que você nunca vai encontrar alguém para amar de novo, que a solidão será sua única companhia para sempre. Você mantém sua cabeça baixa por um tempo, e então, quando você finalmente olha para a frente de novo, lá está ela: alguém que você nunca tinha notado, mas que estava lá o tempo todo. Ela sorri, e você sorri de volta.Vocês dois estão felizes.
Um tempo passa, e você finalmente chega ao fim da estrada. Ao longo do caminho, você aprendeu a saltar as rochas sem esforço, a admirar os desenhos na parede, para sempre seguir os caminhos brilhantes (não importa o quão difíceis eles são, porque eles são sempre gratificantes), e deixar ir aqueles que não fazer bem para você. Você aprendeu e ensinou, e seus ensinamentos serão repassados para as gerações. O fim do muro está bem à frente, e você está de mãos dadas com o seu novo amor. Vocês sorriem pela última vez, antes de cruzar o caminho iluminado para os mistérios por trás da parede. Você fez tudo direito. Um passo para a frente, e deixe seu corpo e mente mergulharem na plenitude. E está tudo bem.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Dente-de-leão e Estrela Cadente
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Volta.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Autoestima
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Para alguém bem perto
"Sabe quando alguém vai embora? Quando o espaço que essa pessoa preenchia fica vazio e ninguém tem o tamanho certo pra caber nele? Essas pessoas, que vão-se embora assim de repente e nos deixam na expectativa do retorno, mesmo que este pareça improvável, essas pessoas, elas deixam, junto aquele incomodo buraco - para o qual não aguentamos nem olhar, quanto mais tentar preencher - deixam dúvidas: "Será que você está com tanta saudade quanto eu? Se você voltar, vai ser como era antes?"
Essas dúvidas corroem a gente por dentro, fazem com que sintamos todo o tipo de agonia indescritível, e na tentativa de afogar os sentimentos em lágrimas, descobrimos em meio à balburdia das emoções, que as melhores lembranças são inesquecíveis. É por isso que não vai ser fácil aguentar todo esse tempo. Eu não sei se daqui até lá as coisas estarão iguais, mas uma coisa é certa: quem você é, eu nunca vou esquecer. E por fim, a grande dúvida que faz meu interior ribombar em agonia: "Você sente minha falta?"
Para alguém bem perto, e ao mesmo tempo tão longe...