segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Não mais

     Hoje acabou o meu namoro de um ano com a menina que é razão de eu não ter escrito um texto como esse sequer em um ano. Por um ano, quando eu sentia o amor começar a borbulhar na forma de palavras, eu ia até ela, e dizia. Mas, a partir desse dia, eu não posso mais fazer isso. Então, cá estão as palavras, vazando novamente nesta forma, esperando que alguém ouça e compreenda; mesmo que no fundo eu saiba que ninguém nunca vai realmente compreender; pois podem sentir perdas maiores ou menores, mas cada perda é única, e hoje, eu a perdi. Hoje, eu guardo numa caixa os ingressos de cinema que eu colecionei por um ano. Os convites para uma festa com nossos nomes. E numa caixa menor, num lugar mais discreto e profundo, eu guardo cada memória. Cada dia, cada sorriso, socado no fundo da caixa de memória, arquivado agora entre milhões de outras pastas comuns; e no meu coração, a mansão que era a morada dela vira agora uma casinha discreta, da qual as chaves eu perdi para sempre. Chuva, frio, caramelo. Não mais carinho. Não mais boa noite e bom dia. Lágrimas. Não mais ela. Não mais. Não.

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