quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sobre a felicidade

          Nada se escreve quando não se sabe o que se escrever, mas, ao mesmo tempo, a felicidade indiscernível é suficiente para fazer com que o inconsciente felizardo sente-se para colocar suas palavras incertas no papel.
          Ás vezes pensamos que uma pessoa fará eternamente parte de nossas vidas, e por isso escrevemos sobre ela. Porém, quando em fim percebemos que fizemos uma grande besteira e que nada é tão difícil quanto se parecia, até porque nem é tão belo, nos vemos sem palavras.
          Mas as palavras não vieram dessa pessoa; afinal, a escrita nunca foi, e provavelmente nunca será, proveniente de uma insegurança sentimental e nunca serviu apenas para, e essa afirmação é valida também para tempos futuros, dar vazão a sentimentos os quais não podem ser expressos diretamente. Então, não faz sentido parar o fluxo das palavras que tão bem nascem em conjunto à emoção, mesmo que se precise escrever sem uma emoção já presente. Afinal, para que é que se escreve, senão pelo prazer e pela própria emoção de saber que aquilo que se escreve é belo e agrada, mesmo que não a todos?
          Muitas vezes não percebemos o quanto estamos felizes simplesmente porque nos foi induzida, naquele momento, uma tristeza sintética, artificial, que se faz tão presente em sua irrealidade que acaba fazendo com que acreditemos em nossas próprias mentiras.
          Mas na verdade, isso é uma das melhores coisas da felicidade: ela pode ser encontrada nas pequenas coisas, ao contrário da tristeza, que sempre cai sobre nós com exagerado dramatismo e extravagância. A felicidade nunca é irreal: toda felicidade é induzida, ao contrário da tristeza, que muitas vezes se forma dentro de nós. A tristeza, quando induzida, é sinal de que alguém não nos faz bem. Porém a felicidade, quando induzida, e ela sempre é, nos mostra que alguém, em algum lugar, nos deseja simplesmente o melhor.
          E é para isso que servem amigos e família: para nos alegrar, e induzir essa felicidade tão boa que serve como o melhor antídoto para a mais venenosa das tristezas. E acredite: você nunca estará sozinho. Com certeza, por mais ínfima que seja sua quantidade de familiares ou amigos, mesmo que seja apenas um, saiba que você pode contar com essa pessoa. E apesar de tudo, sempre acredite em algo bom, não importa o que seja. Acredite nas emoções, acredite que somos capazes de amar; acredite que um dia você será feliz, mas de preferência amanhã; acredite no que quiser: acreditar faz bem. Eu acredito.    

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vicky

          Abro os olhos e penso nela. A felicidade que me acomete só de saber que irei vê-la dentro de meia hora é suficiente para me tirar da cama. Tudo escorrega para seu lugar numa manhã lenta como todas as outras, enquanto a ânsia de meu coração de retomar o ciclo semanal que incluí vê-la todas as manhãs, pensar nela todas as tardes, tê-la em meus sonhos todas as noites e ligar para ela aos finais de semana tenta acelerar o ritmo das coisas.
          Vicky sempre foi a menina mais bonita da sala nos tempos de escola. É impossível descrevê-la, porém sei que a interpretação de beleza muitas vezes tem um certo teor pessoal que impede que todos vejamos a mesma pessoa da mesma maneira, então sei que assim é melhor, pois a imaginação é ótima no que faz.
          Vicky não sabia do meu amor por ela, e éramos ótimos amigos. Mas a amizade não durou tanto quanto eu desejava. Um dia ela descobriu, e curiosamente, a partir deste dia, ela não falou mais comigo com a mesma frequência de sempre, e os abraços se foram se tornando cada vez mais raros, escassos. Enquanto eu me perdia em lágrimas à noite, imaginando o porquê do cruel afastamento, ela parecia inalterada, à exceção de certos momentos quando olhava para mim por poucos e preciosos segundos, e seu olhar parecia levemente preocupado, mas esses momentos passavam rápido. Uma de poucas amigas mulheres que eu tinha me dizia que era normal, pois se ela havia descoberto, provavelmente iria se afastar, pois achavam estranho ser amiga de alguém que tem paixão por você... 
          Os anos se passaram, e aos poucos ela voltou à falar comigo. No fim do último ano letivo, quando todos nos preparávamos para a faculdade e desenhávamos projeções do que queríamos ser, e como queríamos que fosse a nossa vida; já éramos novamente amigos como havíamos sido antes de ela descobrir. Eu sempre havia sonhado em ser diretor de cinema, mas Vicky ainda parecia não ter certeza sobre o que queria fazer. Queria muito passar os próximos anos com ela, então tentei por todo o ano convencê-la a ser uma atriz, o que agradava a ela tanto como a mim no início, e eu sorria à possibilidade de não ter que abandoná-la ao final do ano, pois se fizesse escola de atuação, seria em minha mesma faculdade, como havíamos combinado.
          Porém algo aconteceu, e Vicky mudou de idéia. Dizia que não tinha capacidade para ser atriz, e que provavelmente esmaeceria em meio a todas as beldades do cinema, às quais, segundo ela e a contragosto meu, ela nem se equiparava. Tentei desesperadamente convencê-la novamente à me acompanhar, mas ela disse que não poderia, e que por mais que quisesse, seria impossível. Certo dia, à noite, no colégio, lhe pedi, às escuras e bem baixinho:
‘Foge comigo?’
Ela escondeu um sorriso que substituía perfeitamente um pedido de desculpas. Eu interpretei como um ponto final.
          No ano da faculdade, fui para Nova York fazer cinema, enquanto Vicky decidiu-se pela Geologia, não soube aonde. Na despedida, um abraço caloroso que jamais esquecerei. Os anos que passei naquela cidade lotada de todo tipo de gente foram dolorosos sem ela ao meu lado; se as ruas de Nova York fossem artérias, a cidade morreria de entupimento. Mas era possível, ao menos no ambiente juvenil da faculdade, encontrar boas pessoas. Fiz muitos amigos, mas não cheguei a conhecer ninguém como Vicky.
          Um ano após terminar a faculdade, recebo um telefonema vindo do Brasil.
‘Marco? Sabe quem está aí em Nova York?’
Meu coração acelera enquanto prevejo a resposta que faz meu coração se preparar para limpar a casa para a visita que esteve fora por tanto tempo.
‘Vicky! Pelo que soube, terminou os estudos e está morando por aí.’
Desesperado, corro à internet para tentar de qualquer jeito descobrir onde ela mora. Consigo em seu perfil de uma rede social, e corro para encontrá-la.
          Porém o destino é sadicamente cruel. No caminho para seu apartamento, cruzo com ela de mãos dadas com o noivo. Ela me cumprimenta. A alegria de revê-la naquele momento é a única coisa que me impede de explodir em lágrimas no mesmo instante, em meio à plena Quinta Avenida. Furioso com tal peça que a vida me prega, decidi passar mais cinco anos juntando dinheiro para viver pelo mundo. Após passado todo o tempo que passei em agonia, me lanço em minha viagem desesperada. Foram dois anos vivendo nômade, sem casa, conhecendo o mundo. Nesse tempo, conheci milhares de outros casais, que viraram amigos íntimos meus. Um desses casais me contou uma história que devolveu aos meus olhos um brilho perdido há tempos. Ela nunca havia dado valor ao amor que ele tinha por ela, até que um dia, ele se declarou a ela com um poema que, segundo ela, foi o mais lindo do mundo. Percebi que eu nunca havia dito tudo a Vicky, nunca havia expressado todo o meu amor em sua forma completa a ela. Tomei então uma decisão difícil, pois enquanto meu coração mandava que eu fosse atrás dela desesperadamente, meu cérebro me dizia que seria ainda mais doloroso perdê-la mais uma vez. Pela primeira vez na vida, ouvi apenas ao coração.
          Resolvi que durante toda a viagem de volta, iria compor a mais bela de todas as declarações para dizer à ela que a amava. Passei meses escrevendo, pensando nas frases mais belas, extrapolando minha criatividade a níveis inéditos. A beleza do que eu escrevia era tanta que eu me apaixonei pelas palavras, e resolvi que quando voltasse, não viveria mais do cinema, e sim, da escrita. Após escrita a declaração de cinco páginas, páginas estas que eram folhas de papel conseguidas em hotéis em que me hospedei no caminho de volta, enquanto meu dinheiro ia alcançando níveis perigosamente baixos, me esforcei para memorizá-la, o que foi a parte mais difícil.
          Por fim, eu estava de volta à Nova York. Levava comigo apenas mais alguns yuans no bolso, que troquei por um punhado de dólares que permitiram acesso à uma Lan House, onde mais uma vez, como havia feito há sete anos atrás, descobri aonde ela morava. Usei parte da mísera quantia que me restava para comprar roupas novas e um barbeador, o que me deixou com centavos no bolso. Andei até seu apartamento, pois não tinha carro nem dinheiro suficiente para nenhum meio de transporte que fosse, e a caminhada me deixou exausto. Por fim, cheguei ao apartamento, onde perguntei ao porteiro o andar em que ela morava. Ele me disse que ela não estava. Exausto, me apoiei nas grades e me preparei para esperar o dia inteiro ali. Não tinha aonde ficar; normalmente ficava em hotéis, mas não tinha dinheiro nenhum, e de meus contatos do tempo da faculdade, não sabia onde morava nenhum atualmente.
          Não sei ao certo quanto tempo passou. Era noite, e o frio estava quase me vencendo. Sentia que iria ceder a qualquer momento, e perguntei a mim mesmo como uma paixão poderia fazer alguém sofrer tanto. Porém, naquele momento, Vicky apareceu. Ainda mais linda. Sua beleza era tanta que ao vê-la meu frio passou, aliás, naquele momento, esqueci até mesmo o que frio era. Eu me levantei, e quando ela pôs os olhos em mim, não houve dúvidas que havia me reconhecido, pois o sorriso em seu rosto foi tamanho, assim como o meu, que ela nem precisou perguntar pela confirmação de meu nome; jogou-se aos meus braços e eu me larguei aos seus, deixando aquele abraço recarregar toda a energia que eu havia perdido em toda a viagem. Pude sentir sua felicidade transbordando e misturando-se com a minha, e juntas, as duas felicidades formaram o elixir mágico que se vê nos mais belos reencontros. Ela perguntou o que eu fazia por ali, e eu me preparei para dizer tudo. Subitamente, minha mente se esvaziou. Em meio a felicidade do reencontro, eu havia esquecido cada palavra que havia quase dado meu sangue para decorar, e por alguns segundos, parei como um tolo ali, em frente a ela.
‘Vim ver você’ eu sorri.
O sorriso dela foi ainda maior.
Naquele momento, eu simplesmente disse tudo o que veio do meu coração. Quando terminei, os olhos dela brilharam junto aos meus, quando percebi que ela não mais ostentava uma aliança no dedo anelar.


Cinco anos depois

Abro os olhos e penso nela. Olho para minha esquerda, a vejo deitada ao meu lado, e sorrio. Nunca estive tão feliz.

domingo, 23 de outubro de 2011

Amizade

          Sentado em uma das montanhas dos Alpes, o viajante determinado sacou de seu bolso um resquício de civilização, uma barra sólida envolta em uma embalagem laminada dourada. Ainda conseguia sentir o gosto, apesar do frio que entupia suas narinas por desencadear sua alergia, e o impedia parcialmente de sentir os sabores. Por um breve momento, o viajante lembrou-se de alguns meses atrás, quando conversava com sua mais fiel companhia. Seus cabelos loiros lhes recaiam aos ombros quando ela o encontrou no restaurante, naquele dia.
‘Você realmente não pode ir?’ ele a perguntou tristemente, mais uma vez.
‘Sabe que não. Tenho trabalho por aqui... Além do mais, uma viagem à Itália seria muito cara nesse momento.’
‘Já disse que posso pagar por você!’
‘E eu já disse que não vou deixar você fazer isso. É caro demais.’
‘Amizade não tem preço.’
Ela sorriu. Os dois eram amigos há muito tempo.
‘Por mais que eu queira compartilhar essa felicidade com você, não posso ir. Por favor, entenda!’
O homem baixou a cabeça. Entendeu por fim que seria impossível convencê-la, e pouco tempo depois, ambos deixaram o restaurante, o viajante despedindo-se penosamente de sua melhor amiga.  
          Agora, no topo de uma montanha das mais altas, congelando no frio das mais altas atitudes dos Alpes do Piemont, o viajante questionava em silêncio a amizade, mesmo que uma parte de si culpasse a si mesmo por isso. Ele imaginava se ela estaria feliz, no conforto de sua casa, longe dele e de suas extravagantes viagens, talvez quentinha em seu sofá, aproveitando uma televisão... O exato oposto dos desejos do viajante. Ele ansiava por aventura e conhecimento, e um lugar novo era como um tesouro conquistado para ele. Ele sempre imaginava que ela também era assim, mas parecia que naquele momento de necessidade emocional, sua amiga havia falhado para com ele.  Ansiava por voltar e vê-la, pois sentia sua falta, mas imaginava se o sentimento seria recíproco. A neve caía em torno dele, enfatizando sua solidão e tristeza ao mesmo tempo em que dava beleza à cena e à paisagem. Pensar nela assim provocava uma nostalgia recente, ele resolveu voltar o mais rápido possível para reatar a amizade e cessar aquela dúvida em seu coração.
          Durante a volta, no avião, ele imaginou todos esperando por ele no aeroporto, prontos para ouvir suas histórias e desejosos de compartilhar de seu recém-adquirido conhecimento. Dormiu por alguns instantes. Sonhou com sua amiga e, quando acordou, desceu do avião, dirigindo-se ao desembarque, pronto para ser recebido por mãos calorosas. Estaria sua amiga entre as mãos acolhedoras que lhe esperavam? Quando desceu e caminhou com um meio sorriso no rosto, viu diversos rostos e pessoas que sorriam em sua direção. Em sua direção, mas não para ele. Os outros passageiros passaram por ele, e as pessoas à espera não esperavam por ele, mas pelos outros; e lentamente, todas as pessoas foram desaparecendo. Por fim, apenas uma permaneceu para ali, com sua presença significativa, as mãos juntas à frente do corpo, segurando uma bolsa, e o sorriso ostentado no rosto, o mais puro e verdadeiro o possível. Era a amiga. Quando ele se dirigiu a ela, abraçou-a nostalgicamente, e condenou-se por ter duvidado dela, ela lhe disse:  ‘Eu quis ir, mas não pude. Os verdadeiros amigos nem sempre podem estar ao seu lado, mas vão se esforçar para fazê-lo sempre que possível. ‘
          Ambos caminharam para longe do aeroporto, firmando em suas vidas mais um capítulo da infinita amizade que há tanto tempo fora selada.

sábado, 22 de outubro de 2011

Dilema sob a chuva

          A chuva caía, e as gotas deslizando pela janela eram as lágrimas da minha tristeza inexpressível. Meu rosto permanecia imutável enquanto eu pensava em você, e eu me lembrava de todos os dias felizes que havíamos passado juntos. Era doloroso lembrar que todas as minhas ações me levaram a deitar na cama sozinho para pensar em você naquele dia, mas era ainda mais doloroso saber que só o fato de te conhecer levaria a isso, porque de um jeito ou outro, você descobriria que eu te amo e se afastaria, não importa quantas realidades possíveis existam. Eu sabia que cada palavra que eu a dizia era irritante, e cada sentimento meu frustrava todas as suas incompreensíveis expectativas. Incompreensíveis por que nunca consegui entender bem porque você se afastou de mim; afinal, podíamos ter sido amigos como éramos antes.
          Mas você nunca conseguiu entender como eu te vejo. Não preciso que você me ame para ser feliz; preciso apenas ter você ao meu lado. Lembra-se do tempo quando nos abraçávamos e você sorria, pois sabia que era apenas pelo puro prazer da amizade? Quando assistíamos a filmes lá nas últimas fileiras, e eu te emprestava meu casaco, para te aquecer e para poder ter seu cheiro nele quando me devolvesse...
          Hoje, qualquer lembrança sua me faz refletir sobre meu amor por você, e sigo conselhos em vão tentando te esquecer, o que sei que isso é impossível, por que o lugar que você ganhou em meu coração pode estar hoje destruindo todo ele, mas na memória você gravou sua presença a ferro quente, e até hoje me pergunto, com que direito você entrou na minha vida sem pedir licença e depois saiu, como se nada nunca tivesse acontecido?
          Tento em vão culpar alguém pelo o que aconteceu, mas a paixão é fruto do desconhecido. A cada segundo que passava no relógio que tiquetaqueava ao meu lado, percebia que estava perdendo tempo, e que, no exato segundo daquele pensamento, deveria estar correndo atrás de você para lhe dizer tudo isso, mas então lembro que você está longe. O amor que sinto por você age como inércia e me dá forças para mais alguns passos, me lembrando de que não existem fronteiras para os verdadeiros amores. Se eu te queria, que fosse atrás de você!
          Mas me lembro que sua visão de mim é agonizante, pois você agora não gosta mais de mim, e quer apenas distância, e então me percebo preso no dilema final. Que felicidade vale mais: a minha, por te ver, ou a sua; por estar longe de mim? 

Sobre a Saudade

          Me sentia impotente ao vê-la caminhar para longe de mim, e tinha certeza de que a menor parte de toda aquela confusão de sentimentos em meu coração ainda era maior que qualquer coisa que ela sentia por mim, senão ódio e desprazer. Eu pensei em chamá-la de volta, pedir desculpas mais uma vez, mas sabia que vê-la por uma segunda última vez poderia ser ainda mais doloroso do que na primeira. Enquanto todas as árvores cobertas pelas folhas amarelas do inverno a levavam para algum lugar onde ela se sentisse bem, parei por um segundo para pensar em meu próprio bem estar, e percebi que amá-la estava me machucando muito mais do que deveria para que eu considerasse aquilo bom. A cada passo que eu me aproximava ela sempre havia se distanciado mais dois, e cada palavra dita era repelida com um silêncio mortal.
          A visão dela doeu-me; não aos olhos, pois sua beleza era tanta que fazia até ver melhor, mas sim no coração, pois sua repulsa era como veneno em meu sangue. Naquele momento eu soube que, a partir daquele dia, o nome dela iria me trazer más lembranças eternamente, pois apesar dos poucos, porém perfeitos momentos que passamos juntos e felizes, aquilo me trazia uma nostalgia cancerígena, que ia consumindo minha mente e meu coração a cada palavra dela que ressoava em minha mente, em minha memória que falhava para quase tudo, menos para ela.
          E por fim ela desapareceu. A distância encobriu sua beleza, e não pude mais vê-la, porém ainda podia senti-la em meu coração. Fui embora daquele lugar, agora mórbido para mim, assim como eu pretendia tornar qualquer sentimento por ela. Após meses ela ainda não havia saído da minha mente, que dirá de meu coração. Em meus devaneios, quando a encontro por um breve momento, serpentando pelas minhas lembranças e atiçando o fogo da saudade em mim, eu a pergunto, somente: ‘Como faço para te esquecer?’